
Com mais de 500 anos de história, a azulejaria portuguesa teve inequívoca relevância no panorama das artes decorativas, não apenas em Portugal mas também nos diversos locais onde as descobertas marítimas os levaram a colonizar ou se fixar. É neste contexto histórico que esta arte chega não somente na África, Oceania bem como no Brasil.






É em Portugal que o azulejo adquire especificidades únicas, acompanhando e equalizando-se às vertentes estéticas estilísticas de diferentes períodos na história da arte.
Seja por sua monumentalidade, sentido cenográfico, características cromáticas ou originalidade na aplicação, o diálogo entre a arte e espaços, e a simbiose dialética das artes clássicas de pintura, escultura e arquitetura tornam a azulejaria portuguesa ímpar e de reconhecimento artístico internacional, tanto como elemento decorativo arquitetônico e/ou obra de arte.




Com o intuito de promover a azulejaria tradicional portuguesa dos sécs. XV a XVIII, a mais conhecida e reconhecida arte portuguesa, o atelier se dedica a azulejaria tradicional não apenas no aspecto plástico, mas tem como diretriz a preservação dos métodos tradicionais já pouco utilizados até mesmo em terras de Camões.
A artista entende que o valor não se encontra apenas no aspecto plástico final das obras, mas sim na metodologia centenária desta arte. Visto hoje haverem variadas técnicas de azulejaria criadas com o objetivo de maior produtividade, a artista Marilia Almeida tem como critério a preservação da mestria originarias da azulejaria portuguesa, seja em obras de estilo estético tradicional ou mesmo nas obras autorias de estilo contemporâneo.




Deste modo, cada peça cerâmica é manufaturada de forma individual, suas irregularidades são as marcas das mãos que as moldaram. A decoração além de completamente manual se faz pelo método tradicional, tanto de vidramento como a pintura com óxidos, onde apenas após a queima, entre os 880 a 1080ºC (conforme as composições dos óxidos minerais), a pintura adquire sua cor final.




Por tais procedimentos serem únicos em cada etapa, bastante mais complexas que o resumo aqui exposto, produz cada obra e até mesmo cada peça que constitui as obras um elemento único e não reprodutível.
Cada obra é imbuída de história, tradições e memória portuguesa, materializando a herança cultural da alma lusitana.





